quarta-feira, 18 de julho de 2007

Os autores: Isabel Carvalho


Isabel Carvalho começou com pequenos projectos em A Língua e Satélite Internacional. Tal como no caso de André Lemos, e apesar de ter uma das obras em banda desenhada mais internacionalizadas do país, continua, de certa forma, "abaixo do radar".
O seu trabalho explora sobretudo os lados negros da existência humana, da solidão ao abandono, da falta de amor aos imperativos que a sociedade exerce sobre o corpo e o comportamento de cada um de nós. Mesmo quando aparentemente Isabel Carvalho cria representações do que parecem ser aspectos positivos - a infância, a brincadeira, o amor, a sexualidade -, e como já escrevera antes, "é como se se tratasse de um mundo feito de açúcar, brilhante e doce para melhor esconder a cárie podre por baixo. Os seus desenhos aparentam também uma facilidade no fazer, falsamente imputados a um imginário "feminino", mas que na realidade revelam uma capacidade pouco comum em equilibrar os momentos em que se deve "dizer muito", quase de um modo brroco até, e os em que importa antes "dizer pouco".
Desenvolvendo uma carreira profissional enquanto artista visual e professora, o seu trabalho em banda desenhada também testemunha as contínuas discussões entre os vários pólos que constituem esses espectros criativos: comunicação versus expressão, figuração versus abstracção, narrativismo versus experimentalismo...

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